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Bohemian Rhapsody: É Vida Real e Apenas Fantasia

Cinema e TVEscritos

Ouso dizer que para este que vos escreve, a importância de uma banda como Queen só é menor se comparada aos Beatles, por exemplo. O experimentalismo e as inovações conquistaram o mundo, sem dúvida.

Ambas as bandas me acompanharam e ouvi suas canções em específicos momentos da minha vida, fosse em LP, fita K-7ou em CD. E a notícia de que sairia biografia relacionada ao quarteto encabeçado pelo que hoje se pode considerar o maior frontman de banda de todos os tempos chama o coração do fã.

E claro que chama também a responsabilidade. Contar a história de Fred Mercury e Queen em um filme…cada elemento envolvido no projeto precisaria passar pelo crivo do guitarrista Brian May e do baterista Roger Taylor, protagonistas da história real e produtores do filme. Mais exigentes do que eles, apenas a gigantesca comunidade de fãs espalhados pelo globo.

E como já é de conhecimento geral, a grande questão foi a escolha do protagonista. nomes como Ben Wishaw e Sacha Baron Cohen foram convidados. Este último se envolveu durante boa parte do projeto mas se desligou. De um lado, foi dito que Cohen não estava levando personagem a sério e pretende transformar a sua interpretação em comédia. O eterno Borat, por sua vez, teria dito que a produção estava pegando muito leve em retratar o vocalista do Queen. Pessoalmente, eu não acho que as pessoas devam reclamar que Mercury esteja devasso ou chapado o suficiente. Como se esse fosse seu grande legado e não sua contribuição artística para as gerações posteriores.

Diversas especulações com relação a como o filme abordaria a história controversa do cantor surgiram e preocuparam . E as reclamações continuaram quando o nome de Rami Malek( da série Mr. Robot ) foi divulgado. Além de não ser muito fisicamente muito parecido com Mercury, seus olhos arregalados e azuis causaram estranheza entre público.

Mas, se os primeiros trailers já começaram a tranquilizar mais o público, ver o filme faz perceber como a produção se esmerou e superou até outro grande problema que foi a mudança repentina de diretor. Após várias brigas com Malek e diante de novas acusações de abuso sexual, o diretor Bryan Singer (da franquia X-Men) foi dispensado, cedendo espaço para o diretor Dexter Fletcher que coincidentemente, ano que vem entrega Rocketman, cinebiografia de outra lenda da música: Elton John.

O Filme

Bohemian Rhapsody acompanha os anos 70 e 80, sob a ótica do imigrante Farok Bulsara, que abandona seu trabalho como carregador de malas no aeroporto para se tornar vocalista de uma pequena banda, e então acompanhamos sua ascensão meteórica e as consequências deste sucesso. O filme está longe de passar a mão na cabeça dos personagens, sobretudo de Freddie Mercury, apontando suas qualidades e seus defeitos. O filme o retrata como um homem tão talentoso quanto atrevido. Capaz de hipnotizar uma platéia gigantesca mas ao mesmo tempo, sofrer com a solidão. Sua busca pela felicidade e pela realização pessoal , inclusive no amor, o levam por caminhos incertos e tortuosos, muitas vezes o afastando até de seus verdadeiros amigos. Mas ele consegue a redenção e apoteose, em sua maior parte retratada através de uma épica e quase perdida performance no Live Aid, em 1985.

Duas coisas que podem incomodar são o começo do filme em que, quando você se dá conta, muita coisa acontece rapidamente, é um início meio acelerado. Outro aspecto são as falhas cronológicas, em especial a menção ao show da banda no Brasil. Meio imperdoável se considerarmos que existem registros notórios em vídeo da época.

Alguns podem até se irritar pelo momento em que o filme termina. Mas em meu entendimento, acho que o roteiro preferiu deixar a banda encerrando a história com triunfo em lugar da melancolia. A alegria, sem dúvida, simboliza melhor o conceito do Queen.

Rami Malek é a alma desta produção. Seu esforço para não imitar e sim assimilar os trejeitos de Freddie, seus estudos com coreógrafos e preparadores de elenco é respeitável e digno de respeito. Ele emociona tanto em cima do palco como em sua intimidade. Embora tenha se arriscado em soltar o gogó alguns momentos, 99,9% do que se ouve é interpretação de Marc Martell, um dos mais notórios covers do timbre de Mercury. Procurem no youtube. É uma semelhança assombrosa.

Similaridade, aliás, não falta no elenco. Gwinly Lee entrega um Brian May assustadoramente semelhante, assim como sobra carisma no Roger Taylor de Ben Hardy e do John Deacon interpretado por Joe Mazello.

Menção ainda a Lucy Boyton como a namorada e grande amiga Mary Austin e a hilária participação de Mike Myers como Ray Foster, produtor da gravadora EMI. Se você nunca assistiu, procure um filme chamado Quanto Mais Idiota Melhor antes de ver ‘Bohemian’, para não perder a referência.

Saldo Final

É um filme que aborda o lado pessoal com dignidade, retratando desde seus excessos até sua derradeira luta pessoal, mas sem aprofundar muito. O ato final, especificamente os 20 minutos finais, é um grande caldeirão de emoções misturadas. Mas é um prato cheio para cantar junto e se emocionar.

Aliás, vocês podem torcer e ir preparando suas gargantas pois o estúdio revelou que em breve, chegará uma cópia para os cinemas do filme nas quais o público poderá cantar junto todas as músicas.

Cantar, homenagear, ao invés de vaiar, como infelizmente fizeram em algumas sessões brasileiras. Aparentemente, 27 anos depois da morte de Mercury, algumas pessoas ”desconhecem”sua história. Mas enfim, reúna seus amigos, assistam e se emocionem cantando junto e celebrando esta carta de amor que é Bohemian Rhapsody.

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Sgt Rock 1967

Eduardo "Sgt Rock 1967" Rocha é o idealizador do Nós Nerds! Técnico em informática e gamer inveterado e veterano.

2 comentários sobre “Bohemian Rhapsody: É Vida Real e Apenas Fantasia

  • Comentários bem imponentes sobre a retórica do fime. Confesso que alguma scoisas passei batido, mas sua opinião sobre o filme, me atentaram para esse apagões que não percebi!

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  • Obrigado, amigo. Sempre à disposição para tirar dúvidas

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