6 de julho de 2024
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EscritosGames e Tech

Crackdown 3 – Altas Confusões e Muita Diversão no Xbox

Crackdown 3 finalmente chegou, trazendo muitas explosões, altas doses de Terry Crews e muita diversão ao Xbox.

Todos que acompanham o mundo dos games sabem que Crackdown 3 foi anunciado há muito tempo, quase 5 anos, e que sofreu muitos adiamentos. Essa história é uma mancha no lançamento do jogo, e tem arrastado opiniões negativas junto com ela.

É certo dizer que a Xbox errou ao anunciar o jogo para o mundo a partir de uma simples ideia. Essa ideia era usar o jogo como exemplo de capacidade de processamento do sistema Microsoft Azure. O Azure faria boa parte dos cálculos de destruição online, na nuvem, enquanto o jogador teria a liberdade de destruir TUDO no mapa. Porém, a realidade da tecnologia não se mostrou tão fácil de ser trabalhada… Já o produto final, lançado agora em 2019, é muito divertido, mas parte dele ainda carrega esse estigma.

Altas Confusões

Com esse pano de fundo, Crackdown 3, passou de um título de lançamento do Xbox One, para uma grande dúvida. Só no último ano que finalmente pudemos ver a tão falada destruição no modo multijogador “Wrecking Zone”. A opção de multijogador já era uma novidade, e ver os prédios sendo demolidos sem parar chamou atenção.

Contudo, Crackdown 3 não é só isso. O que chama atenção é que a Campanha e o modo multijogador Wrecking Zone são dois “aplicativos” diferentes, sendo necessário fazer o download em separado. Essa confusão toda atrapalha o jogador, e mostra que o produto final infelizmente é um projeto “remendado”, sujeito a “arranjo técnico”, para que os objetivos sejam atingidos.

Entendendo isto, essa minha análise separa os modos Campanha e Wrecking Zone como dois jogos diferentes. Mas já adianto que esta não é uma história de terror.

A Campanha

Crackdown 3 tem história sim, e ela segue 10 anos depois do segundo jogo. Após vários ataques terroristas que criaram um apagão em várias cidades do mundo, apenas um local continuou aceso; Nova Providência.

Essa cidade se tornou uma luz em meio à escuridão, literalmente, e parecia ser um paraíso no meio do nada. Nova Providência só existe e funciona graças à megacorporação TerraNova, liderada por Elizabeth Niemand.

No resto do mundo, tomado pela escuridão, a Agência continua ativa e trabalhando para resolver este problema. Suas investigações levam justamente a Nova Providência, e um esquadrão liderado pelo Comandante Jaxon (Terry Crews) parte para investigar o caso. A partir daí, você assume a ação e tem que descobrir a verdade por trás das ambições de Elizabeth e sua empresa.

Você tem muito trabalho a fazer Agente

Crackdown 3 é bem simples de entender e jogar. No entanto, pode ser complexo para aqueles que buscam completar o jogo totalmente. Muito parecido com o primeiro Crackdown, o jogo é divertido e flui muito facilmente. É o tipo de jogabilidade que vai te roubar horas e você nem percebe.

Dentro da campanha, há pouca variedade de atividades. Por se tratar de um “sandbox”, você é livre. e isso é suficiente para suprir a suposta falta de atividades variadas, já que você não precisa repetir tudo em sequencia. O jogo não é cansativo em nenhum momento. Você pode simplesmente tentar atacar o ultimo chefe diretamente. Não vai funcionar bem, logo te adianto, pois a dificuldade será enorme.  Afinal, seu agente precisa evoluir suas habilidades, que consistem em:

  • Agilidade
  • Armas de Fogo
  • Força
  • Explosivos
  • Dirigir

Assim que você sobe um nível de habilidade, vantagens são liberadas, como salto duplo, investida, novas armas, um carro especial, novos ataques físicos, etc. Para todas as habilidades é necessário acumular experiência realizando atividades relacionadas. Por exemplo: usar granadas e lança-mísseis para explodir inimigos e veículos aumentam a experiência em Explosivos.

Existem mais Agentes disponíveis, não só Terry Crews (Ops, Comandante Jaxon), apesar de ele ser a grande estrela e ser muito divertido controlar seu avatar no jogo. Além de corpos diferentes, os agentes têm modificadores que aumentam o ganho de certas habilidades. Jaxon tem +10% de ganho em Força e +5% em Explosivos; já Bartrom inverte isso com 5% em Força e 10% em explosivos. Para liberar novos Agentes, você precisa encontra-los dentro do jogo.

Curiosidade: os Agentes de Crackdown são pessoas reais. Bartrom é Jeff Bartrom, um veterano de guerra e atualmente streamer (mixer.com/DocCupCake). O Agente Forgey era um dos desenvolvedores do jogo, que infelizmente faleceu em 2016.

Dificuldade? AUMENTE O SEU BOOM

O jogo traz quatro níveis de dificuldade. Novato, Agente, Super Agente e Lendário. Existe somente uma conquista para o modo lendário, as demais podem ser realizadas em qualquer dificuldade. Ou seja, sem pressão aqui Agente, apenas foque em EXPLODIR TUDO.

Outro ponto que influencia na dificuldade do jogo, como eu disse, é a sua escolha entre terminar o jogo de forma rápida ou completar todos os passos necessários. Existem 5 alvos menores, que servem de base para as operações inimigas. Acima deles, mais 3 chefes. Até que finalmente chegamos a Elizabeth Niemand. Antes de enfrentá-los, você pode enfraquecê-los realizando diversas tarefas e destruindo instalações.

Coletar e conquistar alguns pontos no mapa faz parte desta estratégia. Ou seja, para conseguir “100%” de vitória, é necessário buscar cada objetivo opcional daquele alvo. Não é algo chato ou complicado, e muitas vezes acabam alcançadas sem você perceber, devido à boa imersão que o jogo traz.

Atenção com os Drones

No combate é que o jogo se destaca de vez. Apesar de que na Campanha não é possível derrubar paredes e prédios, dá sim para explodir muita coisa e muitos inimigos. Cuidado para não derrubar civis no meio da sua guerra pessoal, apesar do jogo não te punir de forma pesada nesse quesito.

Existe uma grande variedade de armas. Rifles, escopetas, lança-foguetes, e até armas que criam buracos negros enormes que engolem seus inimigos. O seu Agente também vai contar com vários itens como granadas, plataformas de impulso, e até itens que curam. As batalhas são intensas e sinceramente, a ideia aqui não é criar estratégias diferenciadas, e sim explodir tudo.

Você pode carregar até três armas diferentes, e isso é suficiente para dar cabo de todas as variedades de inimigos. Tente manter apenas uma arma mais simples para derrubar os drones. O jogo conta com um sistema para travar a mira em um inimigo, e com isso facilitar a sua chance de acerto.

Pode parecer algo ultrapassado, mas funciona muito bem já que aqui tudo está explodindo enquanto você está atirando, e, além disso, você tem que se preocupar em pular e se esquivar no ar. Crackdown é um jogo que trabalha a verticalidade de forma incrível, e sem o sistema de mira automática, faltariam dedos (mesmo no PC), para dar conta de tudo.

Por falar em verticalidade, Crackdown 3 é um belo exemplo de “level design”. Existem condições de escalar absolutamente tudo, e ainda carregando coisas nas costas, como um tanque por exemplo. Tá na dúvida em como alcançar aquele anel de manobra com o carro? Carregue ele até lá em cima do prédio e salte com ele de lá.

Em vários momentos você será desafiado por saltos às cegas e plataformas que parecem inalcançáveis. O lado positivo é que nada é impossível aqui, então mesmo que você não seja o Homem-Aranha, vai conseguir chegar ao topo dos prédios.

Além da Campanha

Não é só de escalar paredes que vive um Agente. Você também tem dois tipos de mini games para se divertir no jogo. São as corridas, sejam elas nos topos dos prédios ou em carros na cidade. Aqui você deve completar o percurso dentro de um tempo mínimo para atingir as medalhas de ouro, prata ou bronze.

Querendo ou não, você vai ter que coletar Orbs, vários deles. São necessários para se obtiver experiência em Agilidade e um dos coletáveis que gera conquistas. Existem também anéis em que você deve passar com seu carro para conseguir pontos na habilidade de Dirigir. São muitos coletáveis.

Aliás, esse é um grande desafio, os coletáveis. Não são poucos, e não são tão fáceis de achar. Existem dicas visuais para te ajudar, mas não existe um padrão. Desafios de escalada específicos são as torres de propaganda. Estes contam com botão de reiniciar progresso, e também existem indicações do mínimo de habilidade que você deve ter para conseguir completar aquele desafio.

Mas não se preocupe, ao terminar a campanha, você ainda pode continuar evoluindo seu personagem neste mundo e caçar todos os coletáveis.

Triplo A?

Crackdown 3, na minha visão, é um jogo extremamente divertido. Algo como os vídeo games costumavam ser, quando seu principal objetivo era justamente divertir. Atualmente, nos obrigamos e cobramos que jogos tenham um nível de qualidade em seu produto final que seja próximo dos filmes de Hollywood, indicados ao Oscar. Crackdown cumpre todos esses objetivos, fazendo o simples com grande maestria. Mas é óbvio, que ele não é um grande drama, e sim um baita filme pipoca.

Seus gráficos são bons, considerando ser um sandbox que precisar carregar um mapa com distancias enormes. Não tive nenhuma dificuldade com queda de frames devido às explosões. A música, um synthwave de qualidade, se destaca, mantendo um estilo cyberpunk com muito neon. O som do jogo em geral também é bem feito, já que em meio a todas as explosões você consegue entender de onde os ataques estão surgindo.

O jogo vem todo em português, com boa dublagem, apesar que os NPCs e o próprio agente não são dublados nas falas automaticas, aquelas que fogem da história. Os personagens coadjuvantes têm falas que não só contam a história, mas também dão dicas de como avançar.

Os controles de Crackdown podem parecer estranhos no inicio, mas é muito fácil de dominar. A partir daí, é só alegria. O jogo ainda ganha ponto em diversas piadas e referências, porém elas estão em inglês. Isso não atrapalha a experiência do jogador, mas é claro que para a galera da América do Norte vão rolar mais risadas.

Wrecking Zone

O multijogador de Crackdown 3 é seu ponto fraco. Fora a estranheza de serem obrigados a fazer o download em separado, poucos mapas, e apenas dois modos de jogo. No modo Caçador de Agentes, além de derrotar seu inimigo é necessário coletar a sua insígnia. E no modo Territórios, dominar as áreas designadas concede pontos ao seu time. A falta de um modo Deathmatch é simplesmente inexplicável.

No geral, o modo tem um “feeling” de Quake 3 Arena, mas a execução passa longe. Altos pulos, verticalidade, mísseis explodindo para todo lado. Mortes rápidas. Toda a destruição dos prédios ajuda muito o fator diversão, que tem muito potencial aqui, mas empaca em situações onde o matchmaking simplesmente não equilibra a quantidade de jogadores de cada time.

Além disso os comandos não são idênticos ao da Campanha, afim de equilibrar os agentes, mas é mais um ponto que causa estranheza. Ao menos eu gostaria de socar meu oponentes de forma livre, ou usar o soco no chão, mas fico limitado a uma ombrada onde a camera não ajuda a acertar meu inimigo.

Vale a Pena?

Sim, Crackdown 3 vale muito a pena. É divertido demais, é um jogo de ação ótimo para todos os tipos de jogadores, bem equilibrado entre os momentos de plataforma e de combate. Mas isso só vale para a Campanha. Sobre o modo online, apesar de divertido, não tem funcionado bem, e vai ser necessário muito trabalho da equipe responsável para torná-lo um produto melhor. É visível que foi lançado apenas para completar uma promessa.

Por essa combinação confusa, só posso dizer que Crackdown 3 é um jogo bom. Aqui não estamos falando em GOTY, prêmios, etc. Pela boa qualidade apresentada, podemos afirmar facilmente que a Microsoft Studios operou um milagre ao salvar a franquia depois de tantos adiamentos. E vale lembrar que aqueles que gostam de conquistas, esse é um jogo muito interessante.

O jogo está no Game Pass, e o acesso ao está facilitado, já que o serviço tem promoção com valores baixos para novos assinantes. Recomendo que aqueles que já assinam é só fazer o download e sair explodindo tudo em Nova Providência. E foque na campanha.

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Felipe Negrão

Felipe "omegawpnx" Negrão, ou somente Omega, não se descolou de Destiny nos ultimos 3 anos, e continua pela Torre até hoje. Quando pode, ele joga um RPG ou até se arrisca no FIFA.

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