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Don’t Die, Minerva: Sério, Não Morra Mesmo

EscritosGames e Tech

E aê, Nerds! Hoje iremos falar de um indie ainda em fase preview mas com potencial de se tornar uma boa pedida para os amantes do gênero. Don’t Die, Minerva! apesar de estar sendo lançado sem ter finalizado consegue fazer seu ponto.

Um Passeio Assombrado

Don’t Die, Minerva! começa com uma garotinha de 11 anos, Minerva, perdida em um lugar desconhecido e assustador apenas com sua mochila e lanterna. O jogo não te conta o porquê e como exatamente Minerva chegou ali, só dá a entender que ela se perdeu de seus pais, mas uma história forte não é bem o foco do jogo, e sim seu gameplay como veremos a seguir. Sendo assim só nos resta explorar a propriedade um tanto misteriosa que Minerva se encontra e descobrir os segredos daquele lugar.

O lugar é uma mansão que você logo irá descobrir ser assombrada e cheia de perigos para uma garotinha. Temos aqui inicialmente três áreas para explorar, mas apenas uma se encontra disponível no início que é a casa principal, as outras, como o jardim, é desbloqueado quando você finaliza uma área anterior. E claro que no seu caminho explorando o local você terá que lidar com as assombrações e perigos que ali habitam.

Mas nem tudo são criaturas tentando te matar, Minerva conta com a ajuda de fantasmas amigáveis como o mordomo que transforma sua lanterna em uma arma, podendo a luz causar dano, concede a vida a bichinhos de pelúcia que Minerva poderá usar para ajudá-la e oferece melhorias de atributos em troca de cristais especiais.

Munida de sua lanterna, mochila infantil e bichinho de pelúcia, Minerva parte para explorar o local enfrentando criaturas diversas, armadilhas na casa e contratempos de cada mapa.

Um Roguelike De Fato

Uma das principais propostas do jogo é vender-se como um roguelike, então não deixe se encantar com os visuais fofos e inocentes porque aqui a dificuldade é sua principal inimiga. O jogo de fato é um roguelike, com níveis gerados aleatoriamente tendo sua própria dificuldade, diferenciando entre si, mas ainda com a identidade do jogo. Mas apesar do jogo se vender com o diferencial de níveis diversificados, ainda pode enjoar fácil até dado o elemento repetitivo que iremos falar a seguir.

O jogo é dividido em níveis e subníveis, sendo os níveis as áreas externas da mansão e os subníveis os cômodos e andares dentro de cada área da mansão. Logo o fator exploração é presente, o jogo te leva a explorar seu mapa, procurar seus segredos, enfrentar seus contratempos. E isso com detalhes como o mini mapa que vai perdendo sua névoa a medida que você avança e suas pegadas deixadas pelo ambiente devido as tintas que os fantasmas “soltam” ao se explodir. Você pode voltar em áreas que já passou e investigar outros cômodos da casa, mas o caminho para sair daquele subnível é um só e o jogo ainda te leva a segui-lo.

Partindo pro gameplay temos o arroz com feijão do gênero, mas sem cair na mesmice do “desvie e atire”. Como já falado, você tem a ajuda de bichinhos de pelúcia que se tornam armas de diferentes ataques, podendo ser posicionados para ataques de longa distância ou partirem para ataques diretos, por exemplo. Cada brinquedo tem sua característica. Eles não estão ali como opcionais, é imprescindível usá-los ao seu favor podendo ser até uma das suas principais investidas comparado a outra opção que é a lanterna. A lanterna também possui diferentes variações suas, como com maior alcance da luz, intensidade, tipo de luz etc.

Além das armas e seus tipos, temos também os atributos e itens de atributos, como colares, joias, mochila, botas, que não devem ser ignorados. Cada item te concede um conjunto de atributos. As armas e bichinhos de pelúcias também possuem seus atributos próprios e níveis, mas apenas os itens compartilham os atributos para todo o set. E tudo isso com seus níveis aonde níveis maiores concedem maiores atributos e mais coisas, mas você não pode upar por conta própria e sim trocar o que possui por um outro de nível maior à medida que encontra os objetos.

Por exemplo, a pelúcia do macaco nível 1 tem um determinado alcance e bônus de dano, mas o nível 2 tem mais alcance, bônus de dano, dano crítico e sincronização com a joia utilizada. Já os itens como colares concedem mais saúde máxima, defesa, energia, enquanto as botas melhoram a velocidade de movimento e desvio de ataques, e as joias concedem os atributos de energia como de fogo, gelo, física, voltaica que se combinadas com os demais itens tornam seus ataques mais poderosos.

É essencial saber usar e combinar os equipamentos, apesar de não poder upá-los diretamente, e sim apenas trocá-los, você pode upar outros atributos gerais como saúde, quantidade e sorte quanto aos itens que pode encontrar, melhorias no mapa como viagem rápida, melhores presentes e itens de saúde etc. Tais upgrades podem ser realizados com os fantasmas amigáveis e apenas quando você encontra as fontes de viagens entre os mundos e possui essência de cristal suficiente. Esses atributos também mudam dependendo da dificuldade que você seleciona, quanto maior a dificuldade, mais serão os atributos disponíveis e melhores coisas oferecidas, entendendo que o jogador precisará conforme sua jornada.

Tudo isso torna Don’t Die, Minerva! único em sua experiência, podendo o jogador moldar seu gameplay com a combinação de diferentes atributos, trocar entre eles com a possibilidade ter o seu set favorito mas sem ficar limitado a ele já que o jogo te leva a diferenciar uma vez que só é possível o upgrade através da troca de itens, deixando as opções de upgrade direto para outros atributos. Assim o jogo vai se evoluindo e tira o jogador da zona de conforto. Logo, a essência estratégica é forte independentemente da dificuldade escolhida, tanto no gameplay roguelike de se movimentar pelo cenário desviando dos ataques, posicionar os bichinhos de pelúcias, perceber a oportunidade de atacar com a lanterna, quanto no gameplay de combinar seus atributos para te ajudar na sua jornada e saber quando trocá-los.

A principal dificuldade do jogo não está apenas em níveis cada vez mais complexos, porque aqui os níveis são aleatórios como já foi dito, podendo um ter muitos inimigos e armadilhas e o próximo ter menos que o anterior, mas à medida que você sobe os andares percebe-se ambientes mais difíceis. Entretanto é fácil aprender o ataque desses inimigos, os reflexos e atenção aqui são essenciais, além da estratégia. Os inimigos tornam-se repetitivos, mas desafiantes, mesmo que eles mudem conforme você explora outras áreas da mansão, a investida e formas de ataque não muda tanto.

O que mais pega no jogo já está como alerta no seu título: Não Morra, Minerva!, pois aqui a morte é permanente: se você morrer, todo o progresso é perdido e é preciso reiniciar toda aquela área novamente. Todos os itens que você adquiriu também são perdidos, a única coisa que não é perdida são os upgrades feitos com as essências de cristais e as áreas da mansão já desbloqueadas. Chegou na parte final daquele nível, mas morreu na luta com o boss? Começa tudo de novo do 0. Para alguns pode ser desafiante, para outros apenas frustrante, mas ambos podem ser repetitivos com o tempo.

Independentemente da dificuldade escolhida, os itens de vida são raríssimos pelo cenário, por isso toda atenção à saúde da pequena Minerva é importante. Você ainda pode melhorar sua sorte em encontrar vida com upgrades, itens de atributo que aumentam sua saúde máxima e chance de receber menos dano. Mas por outro lado os ataques inimigos podem tirar saúde considerável, enquanto que a saúde recuperada com esses itens não é tão considerável assim. O jogo te alerta para não morrer porque tudo é programado para você morrer se não tomar cuidado.

Ainda em Game Preview

É importante dizer que apesar desse review, o jogo está em fase de desenvolvimento e pode sofrer mudanças. Durante minha experiência não presenciei erros graves, apenas o esperado dado o estado do jogo, como ambientes que não carregam quando você entra, inimigos presos em objetos, pequenos engasgos de carregamento enquanto no elevador que separa os andares e exibição de itens antigos no inventário quando você morre e começa novamente, dando a entender que você os mantem. Nada que atrapalhe seriamente o gameplay dado a natureza do jogo.

Além das correções de erros, penso que as principais mudanças que o jogo nesse estado possa sofrer são no balanceamento aqui e ali, dificuldade, mais tipos de inimigos, novas áreas, opções no menu, explicações melhores, polimento no gameplay e câmera, assim como mais itens com atributos, upgrades, skins e quem sabe tradução pois o jogo até então é todo em inglês. Pois dado o estado do jogo, tem-se já a experiência que os desenvolvedores querem passar.

Para Amantes de um Desafio

Don’t Die, Minerva! não é apenas um jogo para quem gosta de indies, é importante considerar seu gênero roguelike. Esse é um jogo para aqueles que gostam de desafio mas ainda divertido. Não se deixe enganar pelo “game preview” porque o jogo já oferece uma boa experiência e com a promessa dos desenvolvedores de melhorá-lo, e você pode ajudar com seu feedback.

Don’t Die, Minerva! está disponível em game preview para PC via Steam e Xbox One, por enquanto sem anúncios para outras plataformas futuramente. Você pode acompanhar o desenvolvimento do jogo pelo site da Xaviant.

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Rafhaela Marques

Rafhaela 'RasA1gethi' Marques é só mais uma garota comum viciada em café e games.

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