Mortal Kombat 11: Sanguinolência no Talo

Olá, Nerds! Hoje vamos falar do mais recente lançamento da NetherRealm Studios em conjunto com a Warner Bros que é Mortal Kombat 11.

Campanha & História

A história do jogo dá inicio bem após os acontecimentos do jogo 10, com Shinnok derrotado mas ainda vivo por ser imortal e Raiden em uma versão distorcida e maléfica de si mesmo por estar sob posse do amuleto de Shinnok. E logo no início do jogo somos apresentados a vilã Kronika, deusa do tempo mais poderosa que os próprios deuses ancestrais, e que está disposta a reescrever o tempo para restabelecer o equilíbrio entre o bem e o mal colocado em risco pelas ações do Raiden e das forças do plano terreno ao derrotar Shinnok. Para isso, Kronika modifica a linha do tempo atual, alterando a concepção de passado e futuro ao mesclar ambos numa anomalia temporal, trazendo de volta personagens do passado e colocando-os frente a frente com suas versões futuras, nisso temos a volta de personagens clássicos ou que haviam sido mortos como Shao Kahn, Liu Kang e Johnny Cage jovem. O plano das Forças Especiais e de Raiden então se concentra em impedir os planos de Kronika e restaurar a melhor linha do tempo desfazendo erros que levaram certos personagens a morte.

A campanha se divide em 12 capítulos, tendo lutas com vários personagens e até com a opção em alguns casos escolher qual lutador para determinada luta. É uma campanha curta que repete a fórmula genérica da campanha do jogo anterior, com um vilão e os mocinhos para restituir a ordem, que não decepciona em seu enredo e algumas surpresas no decorrer da trama, mas entrega um final previsível e clichê porém com uma luta memorável e com uma conclusão que abre a possibilidade de reboot na série.

Gameplay

O gameplay é onde Mortal Kombat 11 brilha. O jogo traz um menu de tutorial completo e que recomendo a todos, novos jogadores ou veteranos, a passarem pelos treinamentos colocados para dominar os controles e tornar a experiência melhor. Além de dominar as técnicas da jogabilidade, você ainda pode ganhar a voz de narrador do Shao Kahn ao completar todos os treinamentos, além de moedas ao final de cada estágio, não ignore também a lista de golpes e combos presentes. Mas é claro que o jogo não te dá tudo mastigado, há golpes e combinações que você descobre por conta própria, tudo é intuitivo e induzido pelo jogo o que torna a luta melhor e traz a sensação de domínio sobre a jogabilidade e técnicas. As combinações aqui seguem a pegada dos jogos anteriores, com especificidades para cada lutador, ou seja, há sequências de combos do Kung Lao que não se repetem no Sub-Zero por exemplo, mas nada que não possa ser aprendido com dedicação e tempo já que há um padrão que você irá perceber enquanto joga.

A sanguinolência e brutalidade gráfica presentes na franquia estão aqui na medida como poderia de se esperar de MK. O jogo te induz a dominá-lo ao te recompensar com golpes incríveis de serem vistos e as famosas animações em câmera lenta com zoom no local do dano mostrando o corpo do adversário reagindo ao golpe. Há aqui presente, como no jogo anterior, porém mais completo, duas barras que se enchem à medida que a luta avança e é consumida ao realizar interações com o cenário, usar certos golpes especiais ou o chamado fatal blow, por exemplo, o que incrementa um fator estratégico ao invés de sair só na ofensiva durante a luta.

Outro fator presente é a customização, a mais completa e caprichada da saga até agora. É possível customizar não só trocando a skin do personagem mas trocando também itens como máscara, katana, lança, faixas, braçadeiras, golpes, movimentos de animações e mais, praticamente os principais itens de cada lutador podem ser alterados, com cada um contendo sua evolução por experiência, e você ganha esses itens realizando atividades diversas pelo jogo ou acessando a loja presente. É um sistema completo para aqueles que gostam de moldar o personagem a sua preferência. Falando em loja, não poderíamos deixar de abordar as micro transações aqui postas, há uma loja interna além da opção da loja do console, na loja é possível adquiri itens cosméticos e consumíveis que facilitam seu gameplay como facilitar a sequência de golpes necessários para fatality por exemplo. É possível ganhar a moeda da loja no jogo mas você ainda é induzido a comprá-las com dinheiro real. Deixo claro que há duas moedas no jogo, a moeda comum que são dragões de ouro e os kristais do tempo, apenas a segunda que se aplica na loja do jogo e pode ser adquirida com dinheiro real até o momento desse review.

Gráficos & Áudio

A parte gráfica do jogo não deixa nada a desejar e é com certeza um dos pontos fortes, com gráficos belíssimos até para um console de 2013 que é o Xbox One Fat onde joguei. Aqui as animações de violência são bem feitas e tudo é bem casado como o estilo artístico presente em momentos em que você assiste a história e momentos que partem para o gameplay em si. Detalhes como sangue, ossos quebrados e órgãos dilacerados são postos na tela o tempo todo como uma exibição gratuita de muita brutalidade e realismo gráfico, com menção honrosa as finalizações violentas e deliciosas de se assistirem. Tanto as animações das cutscenes quanto as da luta são bem construídas e entregam um trabalho gráfico impressionante, além dos momentos de contemplação presente na sua exploração pela ilha de Shang Tsung. Esse é, sem dúvidas, um dos jogos mais bonitos da geração.

No Xbox One e PS4 temos a resolução de 1080p e 900p respectivamente em momentos de gameplay e 1080p em ambos em momentos de cutscenes, já no Xbox One X temos 4K dinâmico em gameplay e 4K nativo em cutscenes, no PS4 Pro temos 1440p em gameplay e 1800p em cutscenes, no Nintendo Switch temos 720p na dock e 480p em modo portátil, em todos temos 60fps com algumas quedas, e em PCs vai depender da sua máquina podendo ter resoluções de 4K e 60fps. Na minha experiência no Xbox One Fat em nada peca nos visuais e detalhes.

O áudio também foi bem trabalhado aqui, o resultado são cenas bem casadas com o som de efeito e localização totalmente em português brasileiro e sem deslizes na dublagem dessa vez, aqui há profissionais dando vozes aos personagens em um trabalho exemplar.

Modos de jogo

Além da campanha e do tutorial já abordados até o aqui, o jogo conta ainda com Multiplayer online e local, as famosas Torres, a Kripta e Batalhas de IA.

As Torres estão de volta com suas variações e desafios únicos de cada uma, é uma boa pedida para aqueles que querem testar suas habilidades em diferentes cenários do jogo numa jogatina constante. Em minha experiência me diverti bastante em versões com modificadores que ajudam o oponente e te leva a exaustão de tanto jogar, mas as recompensas fazem valer a pena o desafio, aqui é uma ótima oportunidade de ganhar muitos itens.

O multiplayer online pode ser de partidas rápidas contra um adversário ou torneios. Aqui temos um multiplayer sólido e prometido para ter foco em eSports durante o desenvolvimento do jogo, o resultado entrega o que foi dito com partidas balanceadas, além da jogabilidade bem refinada espera-se que aqui tenha uma sobrevida do jogo por um bom tempo. Em minha experiência encontrei partidas facilmente, mas notei problemas de conexão ao servido em um caso isolado e não era problema da minha internet. O multiplayer local continua divertido, Mortal Kombat é sempre referência em jogo que dá pra “jogar de dois” com seu amigo ao lado, aqui também o jogo não peca em entregar uma experiência prazerosa para dois. Você também pode jogar sozinho em partidas rápidas contra a máquina para treinar e refinar suas habilidades.

A Kripta deixa a luta de lado e traz uma nova abordagem com a opção de explorar um mapa da ilha de Shang Tsung numa aventura e caça ao tesouro, você é um personagem andando por MK em 3ª pessoa como em um jogo de aventura, abrindo baús, solucionando desafios e descobrindo um ambiente novo. É uma oportunidade de adquirir itens de personalização, consumíveis e mais além de conceder conquistas fáceis para os caçadores de plantão.

As Batalhas de IA traz uma proposta de apostar suas fichas em, bem, Batalhas de IA, é uma experiência em que você mais assiste do que joga, aonde você seleciona um time de 3 lutadores que irão encarar outros 3 lutadores de outro jogador, aqui o controle é tirado da sua mão e você apenas aprecia a luta. E, claro, depende da sua estratégia como colocar lutadores ideias dependendo do adversário, você deve selecionar lutadores de acordo se, por exemplo, seu adversário tem na equipe um lutador conhecido por ter golpes de longa distância. É uma chance de ganhar itens, XP e moedas.

Conclusão

Mortal Kombat 11 consegue entregar uma experiência ainda mais refinada do que seu antecessor, com jogabilidade melhorada, história curta e genérica mas que está presente e modos que incrementam mais ao jogo. Apesar da controvérsia das micro transações, elas não atrapalham tanto negativamente a sua experiência já que você ainda pode ser recompensado jogando. Continua sendo um dos melhores jogos para coop local, não só para jogar versus mas também se ajudando naquele clássico “morreu passa o controle”. MK11 também consegue agradar tanto quem busca uma experiência sozinho quanto quem busca desafios online. O jogo esbanja violência gráfica e não decepciona em nada nesse quesito para quem gosta da fórmula Mortal Kombat.

O Jogo está disponível para Xbox One, PlayStation 4, Nintendo Switch e PC.

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