8 de julho de 2024
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EscritosPapo de Bar

Papo de Bar: PCs

Há muito tempo atrás, eu fiz um curso de informática que ensinava as delícias de se usar um pacote Office. Eu não vou lembrar de todos eles mas, eram Excel, PowerPoint, CorelDraw e etc. Creio eu que esses programas possam nem existir mais e portanto, acabei de entregar minha idade pra vocês. E olha que eu não citei o maldito MS-Dos. É, eu aprendi mexer com isso também, que fase. “Raízes de Arquivos” já me gela a espinha.
Eu lembro perfeitamente que nessa época era pouco difundida a internet nos PCs caseiros. Era algo muito profissional, mais voltado ao trabalho, onde até pra abrir um email parecia que você teria que ter empresa no nome. Assim, só pra ilustrar como as coisas eram. Mas uma coisa que meu professor dizia e até hoje ecoa na minha cabeça: “Computadores são para trabalho”.

Muita coisa mudou desde então. Vieram as Lan Houses e por sua vez, popularizou o “vou usar um computador”, que eu particularmente não fazia nenhuma questão. Daí veio um tal de Orkut + MSN que meio que me fisgou. Passei a frequentar Lan Houses. Ia até lá, colocava 02 horas de tempo, batia um papinho qualquer no MSN, zoava alguém no Orkut e ia embora pra casa. Aquelas outras telas todas jogando Counter Strike me faziam pensar: “É sério isso? Qual a graça?”

Por muito tempo eu não conseguia enxergar o computador como algo que não fosse estritamente conversar com alguém. Seja por email, MSN ou um “recadinho no scrapbook da cremosa”. Ou recusar o depoimento “caliente” da pessoa.

Pior que jogar, era o vício estampado na face da galera. Fechavam as máquinas pra fazer “Corujão” de sexta pra sábado, varando a madrugada jogando esse “tal de CS”, um outro jogo chamado “Ragnarok”… tinham outros nomes até, estranho para dizer a verdade, pois pra mim “MU” é o som do mugido de uma vaca. Os caras se matando e eu no Orkut. Sim, eu fechava corujão também com eles. Ficava vagando pelo Orkut enquanto caçava bons vídeos de carros no Youtube, sem me preocupar com “deixe seu like e compartilhe esse vídeo” ou “banheiras de Nutella” perdidos na plataforma. A galera se xingando dentro da Lan House de portas fechadas, um “falando bem” da mãe do outro, enquanto eu observava outras cremosas no Flogão, plataforma brasileira de fotos. Bicho, agora eu entreguei minha idade MESMO.

E era isso, nada mais que isso. Eu não conseguia entender como poderia ser divertido jogar com teclado e mouse… e carrego esse sentimento comigo até hoje. Na época eu tinha em casa um PS2 que me servia muito bem. Tinha lá meu Need For Speed Underground, God Of War e os bomba patch da vida pra humilhar os amigos. Ou ser humilhado por eles. O computador pra mim era só pra isso, conversar com outro ser que tava longe pra cacete, observar garotas na rede sem tomar um pescotapa da cremosa. Jogar? Ah para, isso eu faço em casa.

Respeito quem gosta e cresceu fazendo isso, CS é até hoje um grande jogo e influenciou gerações de jogadores que continuam no PC e outros tantos que estão nos consoles. Conheço várias pessoas que já fizeram corujão comigo e hoje jogam em consoles. Eu, sinceramente, nunca me vi jogando em PC. E nem falo por atualizações, hardware, a busca implacável por melhorias, jogos baratos, nada. Nada disso me chama atenção ou mesmo me causa repulsa. É praticamente uma trava.

Lógico que, com a febre das Lan Houses, eu acabei me divertindo sim, jogando um NFS Underground em uma perto de casa, mas que fique muito claro, eu só o fiz porque o jogo é sensacional e eu precisava zerá-lo em um ambiente onde ninguém conhecia seu final. Já até contei essa passagem aqui no blog, creio eu. O jogo me prendia mas todo o resto era muito irritante. Pilotar com teclado era absurdamente ruim e me faziam doer os dedos. Fiz apenas essa vez para me vangloriar de zerar o jogo ali e apenas isso. Uma década depois eu repeti o feito no meu notebook, apenas por saudade do jogo. Os dedos doem.

Toda vez que eu presencio um papo sobre PCs, Hardware, “jogar em PC”, me vem á memória meu professor dizendo, enquanto eu tirava a capa daquele monitor branco que de tanto uso, já estava amarelo: “Computadores são para trabalho”

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Marcelo Brambilla

Marcelo "Vingador Brambz" Brambilla é Gamer de Corridas, amante de carros e velocidade não perde a oportunidade de fazer um racha com a galera. Autor do Nós Nerds e colaborador ativo no Xbox Mil Grau.

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