Psits! Os Trapalhões 2017, Uma Homenagem de “Respeitis”
Sim, amigos. Uma homenagem, apenas. Não um reboot ou uma tentativa absurda de substituir o quarteto clássico e inesquecível na nossa memória. Parece que, nos últimos tempos, o povo das antigas vive uma fase de extremo protecionismo com as memórias da infância. E a menor possibilidade da criação de algo que desvirtue (na visão de algumas pessoas) o legado estabelecido das mesmas, trata-se de uma ofensa grave. E a nova versão está bem longe disso.
Seguindo os moldes da nova versão da Escolinha do Professor Raimundo, a produção dirigida por Frederico Mayrink estreou no Canal Viva primeiramente e agora, chega à TV aberta pela Rede Globo com novos atores emulando personagens clássicos. Porém, diferentemente da obra criada por Chico Anysio, a trupe de Didi e cia. não traz apenas os novatos, mas também as presenças de Renato Aragão e Dedé Santana, remanescentes da formação mais celebrada da trupe. Sim, desde o começo, para quem não sabia ou se lembrava, a turma contou com vários membros diferentes, incluindo Ivon Cury ou Teddy Boy Marino, mas foi o quarteto montado com Mussum e Zacarias que atingiram o apogeu.
A premissa é simples: Didi e Dedé recebem Didico (Lucas Veloso), Dedeco (Bruno Gissoni), Mussa (Mumuzinho) e Zaca (Guilherme Santana), sobrinhos e herdeiros dos Trapalhões originais, para ensinar a eles como é ser um Trapalhão de verdade. Isso já fica evidente na abertura do programa que, seguindo a tradição, também é uma animação. Confesso que, ao vê-la, o menino de seis anos dentro de mim que assistia o show aos domingos à noite se emocionou um pouco.
A grande charada era: Será que o humor do programa ainda funciona nos dias de hoje, com tanta pressão para ser engraçado sem ser apelativo, ofensivo e ainda fazer jus à encarnação original?
Sim, eles conseguiram. Com roteiros escritos inclusive pelo próprio Renato Aragão, a nova versão conseguiu obter um ponto comum ao humor de ontem e hoje, fazendo uso do gracejo e do pastelão. Tive a chance de rever várias esquetes do grupo original e enfim, percebo que nem todas as piadas eram, de fato, apelativas. Muitas delas eram feitas à base de trocadilhos, piadas inclusive com aquele tom da Revista Seleções, direto, com certo duplo sentido e sem uso de palavrões. O grande diferencial eram os atores em cena
E aí reside outro trunfo da produção. Os novos trapalhões conseguem emular seus antecessores e fazer a roda girar. Talvez Bruno Gissoni nem tanto, uma vez que desempenha o papel de galã de segunda/escada como Dedé, mas seu antecessor tinha lá seus tiques graças à sua carreira como artista circense. Quanto aos demais, é primoroso como Veloso, Mumuzinho e Gui Santana reproduzem suas contrapartes com competência. Santana, aliás, era uma escolha mais do que óbvia, pois agradava com sua imitação de Zacarias desde os tempos da MTV Brasil (a original, não esse arremedo na TV a cabo).
O elenco de apoio, assim, como no original, também merece seu destaque. Embora conte com a presença de muitos globais, se destacam os mais recorrentes como Ernani Moraes (que substitui Roberto Guilherme como o Sargento Pincel) e Nego do Borel que diverte com sua interpretação como Tião, contraparte do falecido Tião Macalé (com direito ao visual de cafetão dos anos setenta, incluindo o chapéu adornado com aquela pluma gigantesca).
Se teremos uma nova temporada, ainda não se sabe. Pessoalmente, espero muito que sim. Volto a dizer: os originais são insubstituíveis. Mas existem mais formas de celebrar o que tanto amamos na infância do que rever reprises na internet ou no DVD. E essa homenagem que traz uma união do antigo e do novo é aquela homenagem que você respeita.
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