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Star Wars – A Saga Chega ao Fim

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Star Wars é mais do que um filme. É uma experiência. Isso não é novidade, já deve ter sido dito dezenas de vezes por aí. Ao sair da sala de cinema, a sensação é um êxtase no qual você vai demorar a assimilar as informações que recebeu naquelas duas horas de imersão na história. Bem, as informações foram processadas. O saldo?

Eu vou ser direto. O filme é aquém da apoteose que poderia ter sido. O carpinteiro fez a cadeira perfeita e, ao passar o verniz, decidiu arrancar uma das pernas. É a melhor analogia que poderia fazer sobre a transição de Os Últimos Jedi (2017) para A Ascensão Skywalker (2019). O filme que encerra a saga dos Skywalker em definitivo (segundo consta) perdeu seu brilho maior por um probleminha chato chamado birra de fã.

Sim. Antes de responsabilizar diretores ou produtores. É preciso pensar como império milionário (nunca fui dono de um, mas vamos tentar): Se eu perdi a adesão de fãs nostálgicos, essa é minha chance de recuperar. Mas tal missão pode não ter sido bem sucedida e pior. Sacrificou a adesão de todos os fãs que embarcaram nas infinitas possibilidades deixadas pelo Episódio 8.

Beira o absurdo o roteirista Chris Terrio estar à frente do roteiro aqui, já que ele escreveu um filme que, no mesmo ano em que Os Últimos Jedi estreou, passou pelo mesmo problema e fracassou: Liga da Justiça (2017). Mas colocar a culpa em Terrio, J.J. Abrams ou na Kathleen Kennedy é consequência. Precisamos lembrar onde o problema começou.

O fandom de Star Wars é imenso, mas o fato é que possui uma parcela significativa que é tóxica e inflexível a quaisquer inovações que roteiristas e diretores possam trazer para renovar. Os Últimos Jedi foi o filme mais corajoso desta nova era na Disney, por sair do lugar comum ao trazer questionamentos e fatos para o universo. Saiu da zona de conforto para renovar a série para os novos tempos.

Mas infelizmente, esbarrou na resistência. Não aquela que deseja derrubar a opressão, mas aquela que oprime tudo o que é diferente. Gente que vê Mark Hammil, Carrie Fisher e Harrison Ford já idosos e quer ver os atores com mais de 60, 70 anos sendo a cara da série e esquecendo que se trata de uma nova geração. O clássico foi maravilhoso, mas o novo está aí para ser trabalhado. Mas não adiantou.

E A Ascensão Skywalker, que deveria ir mais longe inovando e surpreendendo, se recolhe ao caminho fácil e previsível. Não é um filme fraco, tem excelentes momentos e até costura bem sua narrativa. Mas deixa de lado (até voltando atrás, descaradamente) as surpresas que trouxe no capítulo anterior e aposta no lugar comum associado ao caldeirão de auto-referências.  Para a decepção dos que amaram o trabalho de Rian Johnson e alegria dos conservadores alheios à mudança.

Fica a lição para a Disney quando trouxer mais filmes daqui a um tempo: O segredo não é apelar para o óbvio. Não é agradar o nerd raivoso que não aceitou o rancor de Luke Skywalker, o poder de Rey ou a ambiguidade de Kylo Ren. É permitir que a história seja contada naturalmente. Que a Força guie a história e não que ela seja guiada à força, certo?

Sérgio Fiore é redator, revisor e membro do Conselho Jedi do Pará.

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Sgt Rock 1967

Eduardo "Sgt Rock 1967" Rocha é o idealizador do Nós Nerds! Técnico em informática e gamer inveterado e veterano.

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