Switchblade: Quando a Identificação e a Nostalgia Não São Bastante
O ruim de deixar de acompanhar de perto algum fenômeno é que lá na frente você verá derivações dele e não entenderá direito todo o processo. Para deixar mais claro, me refiro especificamente a League of Legends, que é provavelmente o melhor indicador do sucesso dos MOBAs nos últimos anos. O Lolzinho indicou tendências para o futuro em sua indústria, assim como Matrix foi importante para o cinema recente e a guitarra no rock foi para a música em geral, por exemplo.
O filho prodígio mais atual de LOL é Switchblade, da desenvolvedora britânica Lucid Games. O game online une elementos do jogo febre entre e os mais jovens e Twisted Metal, clássico entre os mais velhinhos, como eu. O game mistura elementos de MOBA e ação, criando um cenário tático como o Lolzinho e ao mesmo tempo caótico como Twisted Metal.
Ele foi lançado, em uma versão beta, de acesso antecipado, em 28 de agosto para PC e PlayStation 4. Eu compreendi do que o jogo se trata, mas não sua dinâmica. Ele até é carismático, mas não o bastante para te fazer querer jogar a ponto de largar todo o resto dos games que estão pegando poeira na sua prateleira.
Destruindo Torres Sem Ser um Terrorista
Switchblade coloca o jogador no controle de carrinhos (podemos chamar assim, no diminutivo?) armados até os dentes. As partidas são disputadas com duas equipes de 5 contra 5. Seu objetivo, dentro de um campo de batalha, é quebrar as defesas adversárias para destruir as torres dos inimigos. Ganha quem eliminar todas as torres ou a equipe que tiver destruído mais quando o tempo do round acabar.
O quebra-quebra é feito com o auxílio dos mobs, que são veículos NPC’s que precisam ser escoltados até à área oponente. Eles farão o serviço sujo de quebrar as barreiras para que seu time possa metralhar as torres.
Para iniciar, os jogadores escolhem dois carros, que podem ser trocados no meio da partida. São 16 veículos diferentes, sendo que eles estão separados em cinco classes: scout, fighter, tank, artillery e suport. Bem típico de um RPG, cada classe tem sua função bem definida. Todos têm suas armas e habilidades especiais, que podem ser melhoradas com os pontos ganhos ao destruir os rivais.
O game tem dois mapas. Porém, na versão de testes de jogo, somente um mapa está disponível. Também é possível perceber que mais para frente os carrinhos terão novas skins, que ainda não estão acessíveis.
Quando a Falta de Prática em MOBA Faz Diferença
A dinâmica de Switchblade é bastante parecida, como eu já citei, com League of Legends. Apesar de nunca ter jogado o game de PC, eu conheço suas características e objetivos. E, na verdade, nunca ter jogado o MOBA mais famoso de todos pode ser um entrave.
Os controles são básicos, não existe muita complexidade nos comandos. Mas ao ser solto dentro da arena de batalha a falta de experiência com esse estilo de jogo é sentida. Para um gamer que está começando nesse quesito a curva de aprendizagem pode ser um pouco dura. Você terá seu carro destruído dezenas de vezes antes de pegar a mais simples das manhas.
O jogo, para essas pessoas desacostumadas com os MOBAs, deixa uma sensação de desconexão. Quando você está no campo de batalha, parece que todos ali já sabem muito bem o que têm que fazer, mesmo Switchblade nem tendo sido lançado completo ainda.
O tutorial do game, que poderia ser um pouco mais extenso, te explica justamente só o básico. Talvez por imaginar que o resto da ação será intuitiva para uma geração que tem mais tempo jogando LOL do que dormindo, a Lucid Games só te mostra o objetivo principal e o que cada botão do seu controle faz. E só.
Por estar ainda na fase de testes, é possível se deparar com alguns lags e bugs. Um deles, em particular, foi bastante irritante. Não sei exatamente o que aconteceu, mas durante todo o jogo, até mesmo nas telas de loading, um som de alerta ficava soando ininterruptamente.
Outro aspecto que me pareceu estranho foi a mira, que é um pouco sensível demais. O fato, adicionado a minha cegueira costumeira em jogos de tiro, me fez ter dificuldade para acertar os alvos nos rounds jogados.
O Próximo Sucesso dos eSports?
Tentei elaborar se Switchblade poderia ser mais um fenômeno dos jogos eletrônicos no futuro. Mas é difícil demais prever este tipo de coisa. O fato é que certamente ele tem potencial para atrair quem já joga outros MOBAs.
E certo carisma o jogo também tem, é verdade. Ele é colorido e ao começá-lo, você personaliza seu motorista que estará dentro dos carrinhos, o que eu vejo como uma adição importante. Em um período onde se fala bastante em representatividade, esse certamente será um trunfo. Além disso, as dancinhas de comemorações também são personalizáveis, ao estilo Fortnite.
É inegável, ainda, que existe certa nostalgia ali. Na primeira partida que você entra é impossível não pensar em Twisted Metal. Se o game da capa do palhaço tivesse uma versão online decente, pois Twisted Metal Black Online veio na hora errada, ela seria bastante parecido com Switchblade.
Apesar disso, os dois sentimentos juntos, de identificação de um MOBA e de nostalgia, não garantem que um game online seja um sucesso. É preciso aquele algo a mais. E o fato é que eu não senti isso em nenhum dos rounds que eu joguei.
Switchblade, que está todo em inglês, foi testado em um PlayStation 4 padrão a partir de um código disponibilizado pela Lucid Games ao Nós Nerds. A versão de acesso antecipado está à venda somente na PSN americana, por 99 dólares.
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