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The Outer Worlds Tem Sua Identidade Própria!

EscritosGames e Tech

The Outer Worlds tem sua identidade própria apesar das inevitáveis comparações com Fallout e Mass Effect, além das comparações entre Obsidian e Bethesda. Leia nosso review sobre esse grande RPG de Ação!

Competição Acirrada

Estamos em 2019, e tem sido um ano maravilhoso para o consumidores do mercado de games, pois quase todo mês tivemos um jogo novo de alta qualidade e para agradar diversos gostos. The Outer Worlds é um RPG de Ação com visão em primeira pessoa, que já prometia grandes emoções, e realmente entrega o prometido.

Ambientado em um futuro alternativo, onde o presidente americano William McKinley não é assassinado, e com isso permitindo que megacorporações de formem desde o início do século XX. Atingindo um ponto de evolução em que a exploração espacial é uma competição por novos mercados, na qual os exploradores são empregados destas megacorporações, com pouquíssima ou nenhuma liberdade sobre suas ações e futuro.

Numa indústria de games que sofre com excesso de marketing, uma agenda de lançamentos inchada cheio de jogos, e muita pressão para entregar a melhor experiência, The Outer Worlds se destaca justamente por ficar no campo dos “Double AA” ou “AA”. Desenvolvido pela Obsidian Entertainment e publicado pela Private Division, o jogo lançado no último dia 25 ganhou mais atenção depois do anúncio da aquisição da Obsidian pela Xbox Game Studios.

Isso não impediu o jogo de ser lançado para todas as plataformas, incluindo um lançamento futuro de uma versão para Switch, programada para o começo de 2020. Muitas pessoas talvez pensem que The Outer Worlds já é um jogo da XGS, porém o acordo de publicação pela Private Division, uma subsidiária da Take-Two (dona da Rockstar e da 2K), já havia sido realizado durante o desenvolvimento do jogo e incluiu um investimento financeiro. Apesar disso, a Obsidian ainda é dona de suas IPs, incluindo The Outer Worlds.

The Outer Worlds É “Mais Fallout do que o Próprio Fallout”

É importante deixar claro essa questão de mercado, pois o segundo comentário mais repetido sobre The Outer Worlds na internet é “Esse jogo é igual a Fallout”. E sim, faz sentido, mas vou ser bem sincero: The Outer Worlds é mais fiel ao “estilo Fallout” criado pela Obsidian do que todos os jogos criados pela Bethesda. A fórmula do RPG de Ação da franquia Fallout aplicada pela Bethesda se perdeu, se tornando genérica e sem sal, contudo a fórmula de RPG de Ação da Obsidian se manteve fresca e com muito sabor.

Você deve se perguntar: “Mas como diabos esse cara consegue fazer diferença, pra mim é tudo igual!”. É simples, mas vem da experiência em jogo.

Em Fallout 4, por exemplo, podemos jogar lendo cada conversa, explorar cada NPC, e tentar entender o que está acontecendo mas não nos envolvemos profundamente com isso. Ainda somos um jogador que está destravando coisas, e assistindo tudo acontecer Eventualmente ocupados com a decoração da casa. Já em The Outer Worlds a coisa muda.

O desafio do jogo está no seu texto; todo o “gameplay” está no texto; a diversão toda está no texto do jogo. O texto contém detalhes que fazem o jogador se envolver mais, apelando muitas vezes para sua educação moral. Em cada conversa você tem que prestar atenção, pois além de dicas da jornada atual, você pode se deparar com questões que vão aparecer em conversas futuras, com NPCs distintos, e que não tem uma ligação direta entre si. Isso é um nível de técnica altíssima que não vemos atualmente. Se fosse um livro, fatalmente seria um best-seller.

Outro ponto importantíssimo do valor do texto do jogo, é sua influência no combate. Você pode usar ações de Persuadir, Intimidar e Mentir para evitar confrontos e enganar pessoas; mas mesmo sem estas habilidades, é possível evitar brigas só no papo. Ah, e você também pode comprar muita briga sem necessidade. Ou dar muitas risadas colocando as pessoas em situações ridículas. A diferença é que vencer os diálogos com habilidades te garante opções extras, itens, entre outras coisas que te recompensam e tornam a experiência mais rica.

Companions no Melhor Estilo Doctor Who

Ainda sobre o desafio do jogo, temos as Companions. Suas companhias na aventura, coisa que não existia antes em jogos como Fallout, mas que vemos em Mass Effect. São 6 personagens, sendo 5 deles com missões secundárias próprias, todas extensas e que poderiam ser consideradas parte da “missão principal”. Seus companheiros ainda garantem atributos e talentos extras, como mais proteção, habilidade de engenharia e até carregar mais peso. Apesar disso, The Outer Worlds avança nesse campo de forma tímida, com poucos comandos e ajustes para o combate de suas companions, bem longe do que tínhamos em Mass Effect 2. Entretanto, só de existir a opção de usá-los já traz possibilidades estratégicas que vão além de entrar atirando ou se esgueirar feito um assassino.

Aliás, “opções” é um termo muito importante aqui. Temos muitas opções de diálogos como já expliquei, mas também um RPG completo, com sistema inteligente de habilidades e talentos, além de construções variadas de personagem para o combate que permitem mesclar estilos. Como suas características básicas influenciam tanto pontos físicos como mentais, criar um “Bárbaro” forte e bobo ainda lhe permite ter opções de Intimidar nas conversas e de trabalhar com mais de um tipo de arma além daquele martelo gigante; ou então quem focar em ser um “Cientista” que tenha poucos pontos de força, pode ser capaz de criar muito dano físico usando uma arma científica.

O combate ainda conta com o DTT, uma habilidade única do seu personagem que diminui a velocidade do tempo em te dá vantagens no combate. Você pode causar danos específicos como cegueira, mutilação, etc. Seus colegas contam com ataques especiais variados, que combinados podem causar estragos e facilitar a tarefa de dizimar seus inimigos.

Liberdade Entre Loadings

RPGs de Ação não costumam ser lineares, e ultimamente uma opção de liberdade era criar mundos abertos. The Outer Worlds usa uma condição de mapas grandes, porém com a premissa da exploração espacial, viajando entre mundos, facilita a adaptação a condição de mapas menores. Ou seja, carregamos mapas diferentes conforme a necessidade.

O mesmo vale para casa e construções maiores. Dessa forma a impressão de um grande mundo ainda existe, apesar de ser diferente tecnicamente da exploração de mundo aberto. Ao jogar, quase não se percebe a diferença, pois é um trabalho bem executado. Inclusive vivemos aqueles momentos cansativos onde ficamos vários minutos andando indo de uma cidade a outra, coisa comum em jogos como Fallout e The Elders Scrolls. Mas todo loading é chato em qualquer jogo, convenhamos, e aqui isso tem de sobra.

Tecnicalidades de Um Futuro Alternativo

Aproveito para falar da parte técnica, onde o jogo ganha pontos novamente. Ao contrário do que temos experimentado, The Outer Worlds é um jogo bem acabado e polido. Poucos bugs que acontecem são visuais, e são mais fáceis de notar se você jogar em um equipamento menos atual. No meu caso, joguei no Xbox One de 2013, e experimentei duas ou três vezes um leve engasgo nos frames, ou uma necessidade de mais tempo para carregar os detalhes das texturas do jogo.

Isso tudo é quase nulo jogando em um PC de alto desempenho ou no Xbox One X, por exemplo. Não vemos coisas como personagens com glitches de movimento, “buracos” ou “caixas” invisíveis no mapa, ou até mesmo situações de crash total do jogo. Feito com primor na engine Unreal 4, não percebi nenhum bug/exploit em combate ou ao acessar menus de vendedores ou NPCs.

Mas as limitações técnicas estão ali também. Experimente olhar para o céu, que apesar de lindo, não tem movimento. O design de interface, apesar de bonito e bem aplicado ao tema, gera combinações de cores difíceis de lidar, cansando a vista. Uma complicação é o tamanho das letras. Eu tenho a visão 20/20, por sorte, mas qualquer pessoa que use óculos ou tenha alguma dificuldade visual vai sofrer com as letras escritas em fonte muito pequenas. Esse problema mostra bem que apesar de bem feito, The Outer Worlds não oferece detalhes de acessibilidade que são comuns hoje.

Localização em PT-BR Hue Hue

Ponto positivo para nós brasileiros é a localização bem feita dos textos. Além de algumas gírias e costumes da fala, o texto é bem traduzido e por isso permite a completa compreensão do peso de suas ações. Humor e drama na medida certa. Não temos vozes dubladas, mas temos legendas em absolutamente tudo. É claro que algumas localizações ficam fora do contexto como os nomes das corporações, ou usam termos específicos como “gazua” para chave-mestra, mas tudo dentro do normal.

GOTY? Sim!

É fácil dizer que empolguei e curti muito toda a jornada em The Outer Worlds. O jogo é um verdadeiro futuro alternativo para a série Fallout, e um futuro muito melhor e promissor. Sua história é cativante e viciante, que passa por muitos momentos dramáticos e de crítica social pesada, para situações hilárias entre os personagens.

Preciso fazer uma ressalva quanto a isso, pois fica claro que o jogo é feito para quem gosta e está afim de ler a todas as conversas com NPCs ou informações em computadores e anotações. Você pode sim jogar ignorando isso o máximo possível, mas isso vai te atrapalhar em algum momento ou te colocar em situações de combate extremamente difíceis de resolver só atirando. Não se engane, não dá pra lidar com esse jogo como se fosse jogar FarCry ou algum outro FPS single player. Ainda é um RPG, e feito para quem gosta muito de RPG.

The Outer Worlds é ótimo como RPG de ação e muito bom como jogo em geral, sendo indicado na disputa de Game Of The Year (GOTY) no Golden Joysticks Awards junto de lançamentos como Call Of Duty Modern Warfare, Gears 5, Sekiro, Apex Legends, Resident Evil 2 e Control.

2019 é um dos melhores anos dos games. Jogar esses jogos é aproveitar isso da melhor forma.

The Outer Worlds já encontra-se disponível para PC, PlayStation 4 e Xbox (incluído no Game Pass), e terá uma versão para Nintendo Switch em 2020.

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Felipe Negrão

Felipe "omegawpnx" Negrão, ou somente Omega, não se descolou de Destiny nos ultimos 3 anos, e continua pela Torre até hoje. Quando pode, ele joga um RPG ou até se arrisca no FIFA.

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