Papo de Bar: Need For Speed Underground
O jogo certo na época certa. Em 12 de Junho de 2003, estreava nos cinemas o filme “+ Velozes + Furiosos”, sequência direta da franquia que trouxe o mundo dos carros às telas em perseguições policiais, rachas noturnos, muito neon e óxido nitroso. É nessa pegada que a Electronic Arts achou seu espaço e criou um dos mais incríveis Need For Speed até então.
A franquia já tentava se encontrar, mesmo naquela época. Por vezes focava em uma única marca, prestando uma espécie de homenagem e outras vezes partia para algo mais “fora da lei”, com disputas insanas contra policiais urbanos. Foi com Need For Speed: Underground, em 03 de Outubro de 2003 (mesmo ano do filme) que a franquia se achou. O filme foi um sucesso, o jogo só o estendeu para os jogadores. Quem já curtia carros naquela época, assistiu o filme, com certeza. Ter o jogo nas mãos era a possibilidade de recriar aqueles carros insanos, as manobras mais radicais, ter aquele Skyline lindão… ou aquele RX7, ou aquele Supra, que você já havia visto no filme.
Todo aquele clima de corridas e rachas noturnos está aqui presente. É um jogo que se passa numa noite eterna. Você zera o jogo e não enxerga um único raio de luz do sol. Apenas neon e chamas saindo do escapamento, as únicas luzes que brilhavam no jogo. Ser um Brian O’Connor agora era possível. Se fora da lei ou policial, isso era o de menos… o intuito aqui era ter um carro 05 estrelas de “style”. E isso poderia lhe custar aquele para-choques horroroso que você colocava, apenas pra poder ter mais “reputação” nas corridas. Para ter acesso a mais carros…. mais peças… mais carros… mais peças… num looping infinito onde você nunca tinha o carro mais rápido do jogo e nem mesmo tinha o mais bonito. Sempre surgiam carros novos.
Me lembro do evento, chamava-se “New Kids On The Block”. “Novas Crianças na Quebrada”, numa tradução literal. Até então estava apenas com os 4 cilindros, os novos “kids” eram carros com motores V6. O ronco era lindo. Em uma época que as opções de jogos de corrida eram poucas, ter tantas opções dentro de um mesmo jogo era incrível. Eu mesmo criei uma modificação pra um Acura RSX, salva em memory card, que até hoje eu tenho vontade de trazer pra realidade. No ano passado, 2017, eu estive na Califórnia e pude avistar um RSX no estacionamento de um shopping. Aerofólio baixo, rodas enormes, pneus perfil baixo e boca de escapamento que cabia a minha cabeça dentro. Meu coração parou, as pernas estremeceram e veio a música “Get Low”, do Lil Jon & EastSide Boyz, instantaneamente na cabeça.
É justamente isso que Need For Speed Underground causou em muitos daquela época. Jovens ansiosos para tirar sua carteira de habilitação e eu era um deles. Quando o jogo saiu, eu havia pouco tempo completado 18 anos. Longe da minha realidade, óbvio, mas em outros países os jovens cogitavam comprar seu primeiro carro e este seria algum do jogo, justamente para externar a máquina criada no videogame. O jogo ajudou a levantar uma tropa de novos “GearHeads” pelas ruas, pessoas fanáticas por carros, que não só amam, mas, buscam informações a todo custo… seja sobre motores, carros, mecânica ou mesmo, Need For Speed Underground. Qual carro era o mais rápido do jogo? Qual peça era melhor? As mudanças de carroceria, realmente ajudavam nas curvas? Lembrando que essa era uma época de internet lenta, pouco popular e cara, portanto, o papo era muito corriqueiro baseado em muito “achismo” e muito gameplay.
Não a toa, eu zerei esse jogo uma infinidade de vezes. Eu zerei em casa, no meu PS2, zerei em outro console na casa do amigo meu, depois em PC em Lan House, depois no PC de outro amigo meu… e estas são as vezes que lembro. Algumas vezes até se repetiram. Eu chegava atrasado no trabalho, por conta desse jogo.
No episódio da Lan House mesmo, foi um caso engraçado: Ninguém havia zerado NFS Underground lá antes. O local parou e todos foram pra minha máquina para me ver zerando… e todos ficaram surpresos, pelo jogo não finalizar no progresso 110 de 110, vai até o 112… com um “secret boss” rodando de Nissan 350Z preto.
O jogo influenciou uma época, causou furor em algumas pessoas e um extremo alivio para outros. Eu me coloco no sentimento de aliviado. Antes eu me sentia um alienígena por gostar de carros, ler sobre carros, falar sobre carros, mesmo não tendo com quem falar. O filme ajudou muito, a febre dos “carros tunning” (quando poucos sabiam o significado da palavra em inglês) tomou conta. Se tornou um ‘papo legal’. O jogo caiu no gosto da galera, mesmo que ninguém se interessasse por cilindros, turbos, blocos, “spoilers” e “mufflers” como eu me interessava.
Need For Speed, até ali, era uma boa franquia de jogos de corridas. Tinha bons títulos e alguns fãs, mas foi com Underground que as coisas “entraram no eixo”, fazendo dessa franquia referência em jogos de corrida árcade por muito tempo.
Nota: A partir dessa semana, esta coluna passa a ser postada toda Sexta-Feira!
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